quinta-feira, 2 de junho de 2011

DESENCANTO















Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
Eu faço versos como quem morre.

( Manuel Bandeira )

3 comentários:

Alexandre Henrique disse...

Bela homenagem de boa leitura.

O Neto do Herculano disse...

Fazer versos como quem morre é ainda a melhor definição do ofício.
Salve Bandeira!

Clube dos Novos Autores - CNA disse...

Perfeito o texto! teve muito bom gosto em escolhê-lo. Passando por aqui para visitá-lo, conhecer o seu espaço, e de pronto,já seguindo-o.
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Bjs