segunda-feira, 30 de maio de 2011

BIG BANG DO AMANHECER

Transparência limiar das grades do ser,
TRAGA-ME uma taça de loucura pra beber,
Sexo ou qualquer prazer

Com um pouco de absinto que
não me deixe entristecer.

NESTA NOITE DE SOLIDÃO
QUEM SABE EU DIGA COM EXATIDÃO
QUE O QUE SINTO NÃO É SOLIDÃO

Faça-me engrandecer agradecer
A grade desfazer, fazer desaparecer
Surgir distante dentro de mim um novo
Big bang do amanhecer

quinta-feira, 26 de maio de 2011

LUA ILUMATE



Que passe a primavera,
E nada de quimera, que dera,
Quem déra me déra.
Me Dara ou não Dara?
este teu olhar. Oh! lua, teu olhar,
brilhante e suspenso no ar.
Penso e passo a estar,
em seu lugar.

Olhar iluminate, que luz, que mate
a escuridão com teu clarão em clare arte

iluminar te, ilumina a alma
ilumina a arte.
Iluminate toda mata
toda pedra toda parte.

em cada par, em cada puta
em cada porto e cada parto
em cada Bar, em cada dor
em cada barca e cada barco,
em cada beco em cada boca
cada flor
e cada quarto

Cada lar é teu lar
seja na terra ou no mar.

olhar suspenso é o meu, olhar
a te, ao teu olhar
logo penso: é tão curto tempo
tão longo os passos
e logo peço e na calma passo

logo posso, passo a cada passo
posso estar em teu lugar
clareando céu e mar
iluminando todo espaço

lua iluminate
ilumina a madrugada
ilumina namorada
picadeiro arquibancada
a noite é e sempre foi
a sua jornada sua morada
"foi" e "onde"
é a tua ida e tua chegada.

em tu nada tem fim tudo é eterno
Que venha mais uma vez
que passe o inverno

segunda-feira, 23 de maio de 2011

A pedra e a rosa e Wolverine no asfalto


Uma rosa no meio do asfalto.
Em um lugar distante um homem X
contempla vitrines de bolsas e sapatos,
querendo uma pedra nelas atirar.

As garras de um Wolverine quer arranhar as vitrines do ego
da alta classe, que anda descalça de virtude e vive no flagelo,
de salto baixo meia e chinelo.
sem coragem de calçar a verdade, inerte caminhar.
sem atitude de mudar seu mundo, um contexto fora do eixo, fora do lugar.

Uma bela rosa de bolsa e sapato salta alto de um prédio do décimo andar
Wolverine se envolve, quer as máscaras de barro da moda quebrar
Que belo berro dariam as outras rosas se à vise saltar, suas vitrines
vê-las em estilhaços, "Az" despedaçar. Depois da inveja vil viria a ira,
as garras de um Wolverine nelas poderiam despertar.

Mas no fundo ele não quer Nada, além de sua paz que antecede seu lugar, preservar. Dentro do homem X se escondia um mistério; que não mas
se intimidou em se revelar, quando a rosa no meio do asfalto o quis abraçar.

Aparentemente focado em revelar as garras de aço para se proteger e descansar
Mas foi apenas um forma de tirar uma pedra do caminho para continuar à andar.
Quando a pedra atirada não tem destino porque não sabe onde chegar
Seu Caminho não é de pedra, mas sempre quer uma rocha quebrar
diante da rosa toda pedra teme espinho, Wolverine no asfalto tentou desviar.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

INSTINTO IN THE FIRE

Eu sou a poesia no tempo,
poesia no espaço.
poesia no vento
poesia de aço
poesia de fogo
poesia do povo

poesia nua vestida de nada
cheia de tudo, que sinto que tento
que penso que faço que passo no mundo

Recheada de tudo, revestida de nada
Sem cor sem cheiro sabor sem cara

sem ordem; gramática dramática
metáfora nem matemática dramática
em nome da tática da arte

Vazio completo, conteúdo, flores e normas
multiforma da vida as cores
Multiflores da vida as sobras,
mas nunca normas as flores,
nem de graça novas dores
e nunca as mesmas velhas formas

por que mata, e agora é só vinho na taça
e tu bordas no barril do desejo a bordo
dentro do meu navio das palavras, transbordo.
transbordas no rio meu, eu. Meu modo.
teu disfarce, desfaça

mar que por você passa,
eu cheio você ex-vazia, esvazio
bebi toda a tua agonia,
na última ceia

o teu conteúdo no teu ceio
primeiro, bebi tudo
bebi sua farça
falaça
falastes:
na taça
desvendaram as
minhas faces

Sou fogo luz e lua,
to queimando tudo dentro dela

iluminando sua janela.
E quem sabe, se nesse momento
quando lês tais palavras
estou eu abrindo as tuas

que luz que fogo que lua
é a tua? a rua.
que lua que fogo que luz
é a minha? o sol.
o sol do instinto é tua nação
cerol sem anzol, cerol sem razão

o instinto do sol é meu destino
instinto figurativo: feminino
intuição de fogo direção que caminho
desde menino: desatino

de noite quando o dia dorme
pesco a luz do sol com meu farol
e faço de isca a lua,
sem se quer usar anzol
sem se quer andar na rua.

cada rio faz caminho
cada um é girassol
um e cada é sozinho
eu sou fogo e puro sol
meu caminho é de um rio
que se chama arrebol

(Anderson Jones)