quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Todos São filhos,
alguns filhos de cobras
outros filhos de lírios. 
Todos São falhos, 
alguns falham na obra
 outros falham nos trilhos.
Se acaso me desse uma doidice 
e no mei da chuva eu saísse 
feliz da vida gritasse e ninguém visse 
e somente Deus ouvisse e risse 
de minha Louquice e tolice (...) 
E no mei da chovisse tu visse 

Toda minha bestice e aplaudisse 
e de tua casa partisse 
toda vestida de misse e 
viesse comigo na chuva, 
me visse dançando e gritando.  

Tu dizendo: vish! 
mais uma vez descobrisse, 
quem ama vive fazendo doidice.
Esse tal do amor não contém haxixe, 
mas nos conduz a fazer boa maluquice.


sexta-feira, 22 de março de 2013

UM SONHO QUE TIVE SEMANA PASSADA








O canto inebriante dos pássaros
me acorda em plena Madrugada.
Acordei com pouca sede e muita fome
de nada, de voltar às pressas com tudo
ao sonho que eu lá estava,
onde o mundo em que eu habitava
não haviam guerras, fome nem pessoas
indesejadas, mais não dava, não dava.
Só ficara Resquício de lembranças,
eu ainda não acordara, totalmente não acordara.

De repente uma borboleta em chamas pousa levemente
em minhas janelas, as cortinas desaparecem
em cinzas e chamas. Não existem mais elas, as minhas janelas
não existem mais belas, jamais nelas, jamais janelas, jamais
 belas vistas vinda delas, agora não existe mais nenhuma delas. 

Sobrevoando o meu quarto criando um círculo de fogo
ao redor de minha cama, crescia vagarosamente a borboleta em chamas,
em seguida transformando-se em anjo em suas mãos segurando um banjo
e eu pasmo me perguntando: Em que mundo estou? em que mundo estamos?
Percebo, que, de um sonho eu em outro mergulhava.
E eu imaginando, que não mais em sonhos estava,

Indaguei: no mundo real as borboletas
nunca seriam anjos e jamais pousariam
em minhas janelas para tocar fogo e nem tocar banjo,
ou será que são e nós não percebemos a sua dimensão ?

Todos os dias tocam banjo em nossa direção
e não somos capazes de ver essa tal ilusão
por ter perdido a inocência do coração ?

Vejo-me confuso entre o lúdico e a realidade,
no que devo acreditar? pergunto-me, ainda não sei o que é verdade,
se estou acordado se estou sonhando ou se tudo é vaidade.
De repente O anjo abre as asas, elas são as mais belas
enormes brancas asas já vistas ou imaginadas, vindo em minha direção.
Ao invés de falar ele canta em voz alta e toca seu banjo
e bate as fortes belas asas e diz que á mudanças, ele canta:

“nesse mundo só assim tudo se alcança
Batendo as asas da esperança
Aumentando as chamas da lembrança
Da inocência da rosa antes de ser arrancada
antes de ser agredida,
antes de ser devorada
para ser vendida
e comprar um amor que não vale sua despedida
Acordo em fogo a criança que
em tu habitava e estava perdida"

Chorei, já não acreditava mais em nada,
nem no canto dos pássaros nem sabia que anjo cantava.
Ele veio pra me dar mais asas foi quando eu percebi
Que imaginava que acordava, mas eu ainda sonhava.

De repente o telefone toca e eu imediatamente
o condenava, pois quebrava o encanto da madrugada
Tentava alcança-lo e ele se distanciava
E por mais que eu tentasse eu não o alcançava
Foi neste exato momento que eu acordei.
E vi uma frase no espelho do meu quarto dizendo:

"Toda borboleta é um anjo que pousa e toca banjo
em sua casa. todo anjo é uma borboleta disfarçada,
toda chama acesa acende a seda de outra que dorme
perdida no peito de quem ainda não se achara".

Essa é a maior chave da charada. Desvendar na vida
aquilo que não mais se achava que se desvendava.
Achar vida naquilo que não mais vida se habitava.
Abrir as asas mesmo sabendo que não se tem asas,
sonhar mesmo sabendo que se estar acordado
e acordar quando se estiver sonhando errado.




quinta-feira, 21 de março de 2013

LANCEI-ME

Lancei-me de corpo e alma 
nessa noite fria enluarada
desbravei a madrugada 

rasguei em versos sua alvorada
acabei com o tédio e toda a sua entoada
me atirando livre no mundo fui mergulhando.

E fui fundo nos teus olhos insanos
Oh! Noite, tão sombria e tão cheia de luz
Sabes de todos, todos os planos.

fui a te um confesso de meus desenganos
Oh! Misterioso desejo de um caminhar etano
sem plugues plurais nem planos entre o sacro e o profano
só pra te confundir de meus últimos planos

Quis roubar o vinho do tempo e tomar por engano.
perpetuando meu ego inflando o significado Vulcano
de viver em poucas horas mil anos.

E sigo observando o infinito tempo da noite
em seu movimento em nosso lento e poderoso momento
e os ponteiros do relógio que vão se passando.

Nesse tempo contínuo continuo não acreditando
olhando pro tempo da noite vou pensando
o por quê que tudo passa, o tempo passa, todos passam
e eu! somente eu não vou passando.